a fuga dos cérebros

8 portugueses qualificados abandonam Portugal a cada hora.
A crise do nosso país leva os jovens a procurar melhor vida, melhores condições noutros países.



Falámos muito sobre isto este fim de semana em Maastricht. A minha amiga está há dois anos na Holanda e vai ficar pelo menos mais dois para concluir o doutoramento. Apesar do plano actual ser voltar para terminar a especialidade, cada vez considera mais se deverá ou não.
Conheci vários amigos dela em Maastricht, portugueses mas também rapazes e raparigas da Rússia, Canadá, Estónia... adoram as suas vidas na Holanda. A produtividade é elevada, ninguém trabalha depois da 5 da tarde, no fim de semana ninguém envia um único e-mail, têm 40 dias de férias. Pagam todos os impostos e ninguém foge das suas obrigações. Cidadãos de fora da Comunidade Europeia têm um ano para arranjar um trabalho com um ordenado superior a 2000 euros limpos, se não são obrigados a abandonar o país. Um trabalho na Vodafone pouco diferenciado pode ir até 35 euros por hora.

Em Portugal é bom que se comece a pensar nisto a sério. O Estado investe na educação e formação dos jovens e os melhores saem do país não havendo qualquer retorno do investimento. Não os culpo, eu desejo o mesmo. O nosso país é maravilhoso para passar férias, mas para isso servem as low cost e as poucas horas de avião de qualquer cidade com mais oportunidades na Europa.

Encontrei isto no site da SIC notícias (Setembro de 2011) com o qual concordo pleanamente:

O sociólogo António Barreto defende que Portugal não pode impedir os portugueses qualificados de sair do País, pelo que os deve deixar partir para aprenderem no estrangeiro e criar condições para o seu regresso.
"Não tenham medo de quem se vai embora. Tenham medo é de quem não volta. Não é preciso que Portugal impeça [os portugueses] de partir, não fixem raízes a ninguém, deixem as pessoas partir e ir aprender [lá fora] mas depois saibam ir recuperá-los e criar condições para eles voltarem", afirmou António Barreto.