septembre 06, 2011

novas revelações

Não vos cheguei a contar tudo da minha ida à braderie de Lille, nomeadamente com quem fui... a French Maneater.
O convite foi-me feito no dia em que jantámos com a inglesa e como já tinha recusado uma vez e não tinha mesmo nada para fazer este fim de semana, resolvi aceitar. Além disse, ela confessou que iriam mais pessoas lá da empresa.

Na sexta ligou-me a dar os pormenores (e aqui sim percebi o dom maternal que ela tem!):
Hi! We will meet tomorrow at 7 am at that supermarket next to our company! (fodess!!)
We'll be back around mid night. (fodess x 2)
Don't forget to bring somelhing for the rain, bags for the things you'll buy and nice confortable shoes! (sim mãe! já tinha saudades tuas!)



E assim foi. Às sete e cinco estava a chegar ao estacionamento do supermecado onde não se via vivalma, à excepção dos trabalhadores do supermercado que deviam estar a entrar naquele momento... Liguei-lhe e ela disse que estava mesmo a chegar. Chegou.
Eu: Where are the others?
French Maneater: They should already be here!

E assim começou a mandar mensagens. Mania que as pessoas têm de enviar sms's em vez de ligar que é bem mais rápido e não se tem que ficar a aguardar pela resposta! Como não recebeu resposta nos 5 minutos que se seguiram, disse-me que o mais provável era já estarem a caminho e então lançámo-nos à estrada! São 200 kms de auto-estrada, tranquilo...

Finalmente um gajo ligou-lhe e combinámos esperar por eles na próxima área de serviço. Estava a ficar curioso e perguntei-lhe quantos eram e se sempre eram da empresa.

French Maneater: No. They are not from the company. I guess only 2 are coming. At the beginning there was a big group but they've just cancelled during the week.
Eu: So they are friends of yours from Reims?
French Maneater: I just know the guy but he's not really my friend. I just met him once.

Com a minha cara de cú perante esta conversa, ela sentiu-se na obrigação de se explicar. Ao que parece a nossa amiga French Maneater inscreveu-se num website onde várias pessoas da mesma cidade combinam actividades no exterior (não no interior acho eu...)
E assim fiquei a saber um pouco mais da vida solitária da French Maneater. Ao que parece tem duas crianças pequenas e está à procura de casa porque se separou há um ano e a casa em que vive traz-lhe tristes recordações. Fiquei com pena dela, parece-me apenas uma boa pessoa que se sente sozinha (não deixando de ser a little weird!).

Lá nos encontrámos com um careca e uma loira na estação de serviço e seguimos o resto da viagem atrás do Megane deles. Ao chegar a Lille tivémos que estacionar fora da cidade porque já estava tudo um caos. O careca e a loira começaram logo a discutir quando saímos dos carros e nós encolhemos os ombros e caminhámos à frente para lhes dar privacidade. Passado um bocado já estavam aos beijos e eu pensei: será que se conheceram pelo website das actividades no exterior?



Demoravam muito tempo a andar e perdemo-nos. Nunca mais os vimos. A French Maneater, equipada com saia aos folhos cinzenta, top de alças preto, ténis cor-de-rosa (nice confortable shoes) e boné encarnado começou a atacar barraquinha a barraquinha. Nenhuma escapava!
À excepção do almoço que foi o meu grande momento de descanso e mais tarde de uma cerveja na mão ao som de um cantor pimba na Grand Place... passámos o dia a andar, ela sempre a vasculhar todas as bancas. Conseguia ficar meia hora numa banca a experimentar roupa e no fim perguntava o preço e achava muito caro. Mesmo assim ainda conseguiu comprar uns trapos incluindo um pijama horrivel para a filha com uns ursos enormes e com umas cores super escuras e pesadas.

Pelas 20:00 mostrou sinais de fraqueza e eu rejubilei de alegria a achar que íamos descansar ou simplesmente ir embora, mas logo descobriu um novo entertainment: ouvir aquela música horrível daqueles índios que aparecem em todos os lugares turísticos e que vendem CDs da sua música (flauta acompanhada por musicas terríveis em formato midi pré-gravadas num orgão). E ali ficou deliciada a dançar e a tirar fotografias aos índios de tronco nu...



Apesar do sol e do calor que se fez sentir durante todo o dia, fui finalmente salvo pelo anúncio da câmara municipal: uma grande tempestada se aproximava dentro de uma hora. Assim percorremos mais uns 4 kms a pé na confusão das ruas e seguimos rumo a Reims onde chegámos à hora prevista: meia-noite.

2 commentaires:

XL a dit…

Em duas palavras...im-pressionante!

Schnoof a dit…

Viva as tempestades.